A dependência energética do Egito em relação a Israel é uma “alavanca de pressão” para Tel Aviv
Em 7 de agosto, foi assinado um acordo entre Cairo e Tel Aviv, prevendo a exportação de 130 bilhões de metros cúbicos de gás israelense ao longo de quinze anos. Este é o maior contrato de exportação da história de Israel, segundo o jornal libanês L'Orient-Le Jour, que questiona suas implicações econômicas e geopolíticas para o Egito, particularmente no contexto da guerra em Gaza.
Em 7 de agosto, o campo de gás [israelense] Leviathan assinou o maior contrato de exportação da história de Israel com o Egito. Este acordo ocorre em meio a um contexto regional tenso, marcado pelo conflito em Gaza.
À medida que o Cairo sofre crescente pressão para aliviar a crise humanitária em Gaza através da passagem de Rafah, o governo egípcio se comprometeu com essa controversa parceria energética.
Concretamente, o acordo prevê que o Egito importará 130 bilhões de metros cúbicos de gás israelense ao longo de quinze anos, ou aproximadamente 15 a 20% do seu consumo anual.
A primeira fase, com início em 2026, fornecerá 4,5 bilhões de metros cúbicos por ano, antes de aumentar para 12 bilhões por ano a partir de 2029, graças à extensão do campo Leviathan e à construção de um novo gasoduto cruzando a fronteira em Nitzana.
No entanto, esta parceria cobre apenas uma parcela moderada das necessidades energéticas do Egito, que continuarão a ser supridas por gás doméstico e gás natural liquefeito (GNL), entre outras fontes de energia. Segundo o Ministro do Petróleo egípcio, Karim Badawi, este acordo funciona como um "seguro estratégico", proporcionando ao Egito a flexibilidade necessária para equilibrar a demanda doméstica com suas ambições de exportação.
Courrier International